não sei usar as palavras que tanto queres ouvir, não sei pintar-me de princesa, não me consigo vestir de rainha, não me equilibro nos teus saltos de fantasia... o verbo que me querias ensinar a conjugar... nem tu o sabes na precisão, as cores em que me querias... há muito que as perdi na minha paleta suja e quebrada, os vestidos de princesa que me davas nunca encaixaram nestes braços, neste tronco, nestas pernas... nunca nunca encaixaram... os saltos que tanto querias há muito os parti tentando equilibrar-me, sobreviver no teu sonho... mas há muito que já tu também esquecias as palvras o seu som, o seu significado que de muito passou a nada de nada, as cores que tanto mostraste eclipsaram-se em mim e de mim para ti... esbateram-se no branco... o meu sempre branco preto, os vestidos de fantasia quando tu já não mais dormias quando eu teimava em sonhar, os saltos de rainha burlesca onde tu meu rei, abdicaste do teu trono e eu no meu equilibrio infantil... caí em mim... neste abismo de mim, onde jazem os sons de palavras tão bonitas, onde se esconde um arco-íris de todas as matizes, onde trapos são seda e seda são trapos, onde saltos são os pés descalços... caí... em mim... por ti... dicionário, paleta, roupeiro, rei... caí sem voz sem pincéis a nu descalça para sempre eu eu eu como ontem como antes de ontem como antes do antes... eu eu agora com a memória de ti, eu....
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