"Nunca choras?" lembro-me de te ter perguntado um dia, não respondeste , deixaste o teu olhar meigo adormecer no meu olhar inquieto de criança... e sorriste.
"Nunca choras?" lembro-me de te ter perguntado uma só vez com medo que fosse a pergunta errada no momento errado, como tudo em mim... e só hoje, em que já nem repudio o teu cor-de-rosa (porque simplesmente o aniquilei de todo do meu mundo), em que já não tenho de me vestir de menina aprumada para te (tentar) agradar (se bem que ambas sabemos, nunca fui a tua filha aprumada, mas hoje também já não quero ser aprumada para contigo nem para com ninguém).
Só hoje, que o meu corpo já nada lembra aquele pequeno feijãozinho que acolheste um dia no teu ventre, só hoje, entendi o teu silêncio à pergunta que não passava de uma constatação "Não choras!", só hoje entendi mesmo esse teu silêncio e amei-o como amei o teu sorriso... porque hoje, mulher, também eu não choro...
(nisso segui o teu exemplo)
mónica alexandra fonseca antónio
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