deixei cair o pano
tirei a máscara que me sufocava
despi as roupas da suposta rainha
- regressei à mendiga
saí do palco
tropecei nos degraus da tua fantasia
rasguei a pele da tua princesa
- descalcei-me e saí à rua
magoei-me nos teus espinhos
porque acreditei nas tuas palavras de mago,,,
magoei-me seriamente nos teus espinhos
Ontem senti muito a tua falta, ontem precisei mesmo do teu colo, porque ontem todas as forças viraram fraquezas... e todas as vidas mortes... e eu aqui... e tu aí... algures sob a terra, sob o meu céu...
Ontem precisei de quebrar mais uma vez a promessa, tive mesmo de te chorar, para me chorar...sozinha, porque só tu me vias despida, só tu me podias ver despida, com todos os erros da natureza, e com todos os erros da minha natureza... ontem precisei mesmo que me ouvisses, que me acarinhasses o cabelo... que me chamasses menina... que me criticasses a noite toda, mas não estiveste ontem, como nunca mais voltarás a estar.... e não posso deixar a máscara cair tão facilmente, e não posso deixar tão a descoberto as minhas feridas, e já não posso ser menina...
mas só te quero dizer que voltei a cair, e deixei que me atropelassem lentamente... e já não te tenho mais...
já não suporto o peso das palavras, e o peso ainda mais carregado que as pessoas lhes dão
já não suporto a leveza dos gestos e ainda mais a leviandade que as pessoas lhes dão
já não suporto o meu nome, o meu meio nome, o meu sobrenome... ou tudo o que me chamam, para me chamarem... quando nada disso sou, porque talvez não seja nada de nada nesta vida, nem em qualquer outra vida...
já não suporto o peso dos dias que acarretam anos, anos que acarretam séculos, séculos em milénios.... vidas que me pesam toneladas...
já não aguento muito mais
os afectos jamais terão de ser visiveis, mas ás vezes precisava mesmo que me abraçasses... não to peço, talvez por vergonha, talvez por todos os atrofios de mim... atrofiada ao ponto máximo... precisava mesmo que me abraçasses mas também não sei como reagirias se to pedisse... acho que morreriamos os dois, irmãos de sangue, irmãos por afinidade... irmãos no verdadeiro sentido da palvavra irmão, mas irmãos num sentido que ninguém compreende....
precisava mesmo de afectos de sangue, de vida... precisava mesmo mesmo de afectos, essa coisa melechas como digo... precisava mesmo de ouvir uma vez que fosse que presto, que sou alguém, que te sou alguém...
precisava de ser alguém para alguém...
precisava de aquecer o meu cubo de gelo, porque acho que precisamos os dois de chorar...para nos chorarmos em afecto....
não sei onde me perdi, já que nunca tive lar, mas quando te perdi perdi de vez o único refúgio que alguma vez tive... deixei de poder ser a menina... deixei de poder ser frágil, porque não há bengalas, porque a minha única bengala inquebrável partiu-se para sempre... e como sou a descrente e céptica de sempre jamais me poderei cruzar contigo nesse teu céu, perto desse teu Deus...
perdi o pai que nunca tive a não ser numa estúpida palavra vazia, perdi o irmão que nunca na vida me dará um abraço em frente de alguém, perdi a única pessoa que gostou mesmo de mim, eras tu essa pessoa que me via bonita e feia, boa e má, que me via acertar e errar e que á medida dos meus erros fazias-me reconhecê-los mas nunca jamais me viraste as costas, jamais me abandonaste... lutaste por mim até ao teu último suspiro... sei que sempre disse que o amor não se agradece ou se tem ou não se tem...mas sinto que te tenho de agradecer por teres existido, por me teres visto, por teres lutado tanto por mim... muito muito muito obrigado meu amor, meu eterno amor, meu anjo negro
I lost my home when your body lost his life, all his colour, all his flame... I lost a thousand of words I´ve never said...I lost myself somewhere I can´t find... where am I, what am I... nothing as alwyas, but today it hurts more, cuse I can´t cry I´ve always to be strong, cuse I lost you, my little sweet home, my sweet love...
Where are you, on a beautifull sky, next to your pretty God, where can I find that peace...
where baby, where?
aprendi a criar o meu espaço e talvez ainda não tenha aprendido a partilhá-lo assim tão fácilmente com alguém... talvez ao aprender a estar sozinha tenha de facto gostado muito da coisa, não sei... ou então é mais um dos meus defeitos de fabrico, dos muitos muitos muitos que tenho e que feliz ou infelizmente gosto imenso de ter...
peço desculpa por não confiar em quase quase ninguém , peço desculpa por não dar assim tantas abébias, peço basicamente desculpas por tudo, porque por querer ou mesmo sem querer acabo sempre por errar, e infelizmente às vezes errar implica magoar alguém...
peço desculpas por continuar a achar que há formas e formas de se conquistar alguém, e que infelizmente muitas vezes as pessoas atacam em vez de darem tempo ao tempo....
preciso desistir, pela primeira vez tomei a iniciativa de desistir e dizem-me na cara "não, esforça-te mais, se ninguém te disse nada é porque para nós tá razoável", razoável para mim não chega, para mim não chega ou basta o dizerem-me que tá mal feito que as suas ideias são melhores, porque é que não vês o meu livro... estou farta de combinar para não aparecerem mas no final eu não combinei nada, porque o português não deve ser explícito e claro o suficiente...
pela primeira vez reconheci que não consigo, que estou saturada, que a minha imunidade se está a ir abaixo... mas lá está a débil sou eu....
a única coisa que sei é que estou farta de engolir sapos e só pode ser à pala de tantos sapos que engoli e engulo todos os dias, que a minha pequena pança está a ficar flácida.... o que não dá, quero chegar aos trinta riginha
TIRA-ME DO MEU QUARTO, JÁ MUDEI AS CORES DAS PAREDES, JÁ TROQUEI OS MÓVEIS, JÁ ABRI PORTAS E JANELAS MAS TUDO PERMANECE IGUAL, ESTÁCTICO, MÓRBIDO, MEU...
TIRA-ME DO DICIONÁRIO, DOS NOMES, DAS IMAGENS... TIRA-ME DA ROUPA, DO BERÇO, DO VENTRE... ROUBA-ME DA VIDA, MAS TIRA-ME DAQUI...
OS DIAS ARRASTAM-SE EM ANOS, PERDIDA À TOA... SEM NADA SEM NINGUÉM... À TONA DA VIDA... MORTA..."CADAVRE EXQUIS" E NINGUÉM SE APERCEBE, NINGUÉM ME CONDUZ À MORGUE, NINGUÉM PENSA NUMA CAMPA, NINGUÉM ME FAZ O LUTO... E EU AQUI TÃO MORTA...
TIRA-ME DAQUI, NÃO PRECISO DE CÉUS, LIMBOS OU INFERNOS, APENAS SAIR DAQUI, DESTE AR PESADO, DESTAS PALAVRAS CONTIDAS, DESTES SÍTIOS SEM LÓGICA....DESTAS PESSOAS... OU AMOSTRAS DE PESSOAS... TIRA-ME DAQUI... POR-FAVOR, TIRA-ME DAQUI
A vida dá voltas e voltas, por vezes tropeçamos, chegamos a cair... choramos e por vezes desesperamos, mas não devemos jamais estagnar ou temer sem meias medidas porque parar é morrer. Nem sempre podemos sorrir mas sempre que choramos deveríamos ter alguém que olhe por nós e que com as nossas lágrimas nos faça sorrir...
smile above all I say
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