Por tudo o que nos corre mal,
e que de dia para dia parece correr ainda pior...
deixamo-nos derrubar,
a fortaleza de gelo quebra-se e mostra apenas um ser humano...
pequeno, com defeitos e qualidades...
apenas um mortal ser humano...
Quando tudo dá cambalhotas e nos faz perder o chão,
só aí sabemos o que somos...
tudo o que é nosso dispersa-se, some vaporosamente no universo;
todas as certezas se quebram em frios cristais de dúvidas...
todos os rostos que amamos parecem estar longe, tão para lá de longe...
e infelizmente muitas vezes quem de facto está perto não chega ou não quer chegar para ser aquele abraço...
e ficamos numa penumbra densa sob o olhar atento do mundo...
Sob a inquisição do que tens,
sorrimos quando apenas nos apetece chorar,
porque nos dói o corpo...
e principalmente porque nos quebraram o coração em mil cacos
e nos sentimos ainda a repisar cada caco...
Mas somos o grande Adamastor... e a fortaleza ressurge
(mesmo que mal colada com fita cola)....
ressurge Adamastor, porque tu não choras, porque tu és forte....
ou todos querem que sejas forte...
ressurge Adamastor,
que apenas a pequena Mónica se encontra aqui,
totalmente em farrapos,
num autismo profundo,
tudo o que vejo não é,
tudo o que oiço ninguém ouve,
...tudo o que sinto me rebenta as entranhas,
tudo o que choro é passado futuro...
ressurge Adamastor, que a Mónica quer poder chorar repousando no teu peito forte, nessa muralha que ninguém derruba...
ressurge Adamastor, e aceita esta pequena Mónica como tua filha!
Mónica Alexandra da Fonseca António
quando te olhares ao espelho (da humanidade) e te reconheceres adulto,
antevendo apenas mais um dia atarefado
(exceptuando rotineiramente a simples tarefa de sorrires de ti mesmo e de cada tropeço na definição de perfeição).
Nada nada nada nada nada nada nada...
NADA VOLTARÁ A SER O MESMO,
quando deres por ti,
adulto com obrigações e obrigações de ser...de seres...
Nada será o que vês agora,
ainda com esses gigantes olhos de criança...~
nada nada nada nada...
até a tua matéria orgânica de magia,alegria,verdade e amor
será camuflada letalmente
até que a percas definitivamente do teu mapa.
Nada voltará a ser o mesmo,
quando pequeno te olhares nesse espelho (da humanidade) e te achares...te reconheceres grande,
sufocando cada réstea da esperança dessa TUA pequena criança...
não a deixes morrer,alimenta-a até à velhice dessa tua armadura... ADULTA...
Mónica Alexandra da Fonseca António
Na sombra do mundo,
escondo meu rosto de mil olhares inquisidores de quem sou e do que faço ali...
Na sombra do mundo,
vou crescendo,
encobrindo meu rosto pelo medo de ser... também um rosto inquisidor para outro alguém...
Na sombra do mundo,
sou feliz
sem rosto,
sem nome,
sem idade,
sem morada...
apenas ser...
Na sombra do mundo...
sou-me...
e aprendo a ser-me...
M.A.F.A
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