Os cavaleiros Templários pretendiam fixar-se numa zona dos arredores da actual cidade de Tomar, uma zona apelidada de "Ceres". Mas esta não reunia as condições básicas para a fixação da população (era muito árida).
Daí resulta a construção do castelo templário, ainda presente numa das colinas da cidade.
O castelo foi mandado edificar pelo Grão-mestre da Ordem, D. Gualdim Pais, por volta de (1 de Março) 1160.
Na construção deste castelo podemos verificar algumas inovações arquitectónicas face a construções semelhantes (do século XII).Tais como:
-Alcáçova: a zona de maior dificuldade em conquistar (encontra-se no centro das três muralhas); nela encontramos a Torre de Menagem, o ponto mais alto do castelo e, nas bases desta mesma torre podemos encontrar algumas placas góticas bem como latinas. Na Alcáçova, encontramos também os antigos Paços (góticos) do Infante D. Henrique, que posteriormente foram ocupados por D. Catarina
- Terreiro: julga-se que nesta zona os cavaleiros treinariam as armas e toda a cavalariça(zona onde actualmente se encontra o jardim de entrada para o monumento)
-Almedina:(palavra árabe, significando "cidade"), esta zona servia como refúgio à população da cidade, quando esta era atacada pelos Mouros. A entrada para esta zona faz-se por uma porta existente na muralha (actualmente esta porta dá para a Mata dos 7Montes). Esta porta tem a designação de "porta do sangue", pois na maioria das vezes a população chegava ao castelo já ferida (actualmente nesta zona encontramos um laranjal, e um pequeno jardim aromático)
Por toda e Europa dá-se a extinção da Ordem dos Templários pelo monarca Filipe,O Belo de França (com o apoio do Papa Clemente V).
Mas em Portugal o monarca D. Dinis, tem uma perfeita noção do quão imprescindíveis os Templários foram para a reconquista cristã do nosso país. Por isso mesmo extingue a Ordem dos Templários, criando a dos Cavaleiros da Ordem de Cristo, por volta de 1318/19 (transferindo todos os bens conquistados pelos Templários para esta nova ordem).
É sob a ordem dos Cavaleiros da Ordem de Cristo, que vai surgindo (espaçadamente no tempo) a construção de todo o convento. A única zona do convento, ainda edificada em nome dos Templários é a Igreja, mais reconhecida como a Charola.
O Claustro da Lavagem, e o Claustro do Cemitério fazem uma passagem condigna entre os Paços do Infante D. Henrique e a Igreja.
Era neste claustro onde se lavavam as vestes dos monges (pois naquela época os costumes de banhos eram escassos, pois se receava que a água se infiltrasse no corpo, e por isso mesmo os tornasse mais vulneráveis às doenças, no entanto era no claustro da lavagem onde os monges realizavam os seus rituais de purificação física/mental, através de clísteres, etc). E enquanto as vestes não secavam, os monges realizavam alguns jogos medievais como o jogo da lebre (muito semelhante ao do galo, uma pedra representava uma lebre e outras cinco ou mais pedras representavam lobos, a lebre tinha a função de tentar sobreviver e escapar aos lobos) ainda visíveis no muro do piso térreo.
Este claustro também foi um dos primeiros espaços no convento a servir de escola.
Arquitectónicamente, este claustro releva o gótico:
Azulejaria
No 1º piso encontramos azulejos azuis/brancos (séc. XVII) com desenhos geométricos
NOTA: o 1º piso ruiu em 1755, aquando do terramoto de Lisboa, sendo o actual 1º piso uma reconstrução histórica
Este claustro assumiu a função de cemitério oficial dos Cavaleiros da Ordem de Cristo, podemos por isso observar lápides numeradas no chão, bem como três túmulos parietais, de salientar:
Arquitectónicamente:
Azulejaria
-azulejos hispano-árabes/corda seca (séc. XII): são azulejos de traça moçárabe, utilizando três cores, o verde, o castanho e o azul. Estes azulejos são também conhecidos por "corda seca", pois na sua concretização usa-se uma corda seca, de forma a não permitir a mistura das cores
-azulejos azuis/brancos, muito singelos (séc. XVII, reinado de D. Filipe I, de Portugal, II de Espanha)
- azulejos azuis/brancos orientalizantes,como nas galerias(séc. XV)
O claustro do cemitério dá acesso a:
Esta capela foi mandada construir, como forma de homenagem à família (do segundo casamento) de António Portocarreiros (cobrador de impostos da Ordem de Cristo), não se sabendo a exacta localização dos respectivos túmulos.
No seu interior, à esquerda podemos ver o brasão da família,à direita, uma pequena placa em latim moderno, relatando a construção da mesma.
Capela típicamente setecentista, tem todas as paredes, como o tecto, revestidas por azulejos.
Azulejaria:
Esta sacristia tem esta designação, pois foi mandada edificar por D. Sebastião (mas que desapareceu na batalha de Alcácer Quibir, norte de África) mas foi terminada pelo monarca espanhol D. Filipe I.
Esta sacristia servia para a preparação(troca de vestes, etc) dos monges para as cerimónias religiosas, a realizar na Charola
Esta sacristia dá acesso à SALA DOS ECOS (uma sala anexa, com uma acústica igual ou superior à da sacristia, por isso mesmo ter desempenhado funções de caixa forte do convento(dado qua mal se entra, o som é repercutido a outros espaços), tendo sido aí guardados tesouros da Ordem, como: um antebraço de um santo em prata;um espinho de ouro;um espinho verdadeiro da coroa de Cristo)
No seu tecto encontramos 4 símbolos:
Toda a sua arquitectura possui características maneiristas/barrocas, pois:
A Igreja é a única zona do convento construída em simultâneo com a construção do castelo Templário.
Esta igreja é um exemplo do românico português(embora a sua planta forme um octógono,-simbolizando o ínicio da Ordem Dos Templários em Jerusalém,sÉc. XII, pela mão de 8 cavaleiros dos quais se sabe apenas o nome de dois: Hugo de Poyen e Godofredo de Sant´omer- e não a tradicional cruz latina, com o dembulatório, transepto e nave principal; esta possui apenas o deambulatório), pois no seu exterior tem um aspecto de fortaleza (e não de igreja), no seu interior podemos ter a percepção da espessuara das paredes, da escassa luminosidade, bem como a sua sustentação em fortes botaréus. Embora toda a sua decoração remonte ao manuelino e também ao reinado de D. Filipe I de Espanha.
Decoração da Charola
tambor exterior(16 faces):
no tambor central(8 faces):
Ainda na Charola
Encontramos vestígios do barroco, com a pequena capela dos anjos (decoração a ouro, mármore).
Um tubo amplificador que terá pertencido a um órgão destruído aquando das invasões francesas.
A janela engradada que terá sido a entrada principal para a igreja (antes das invasões francesas).
A entrada para a Torre Sineira, com uma lápide funerária, que supostamente corresponde a Frei António de Lisboa (Reformador da Ordem de Cristo).
D. Manuel abre uma das 16 faces exteriores da Charola(por volta de 1515), dando assim abertura à nave manuelina. Que apresenta uma arquitectura típicamente gótica (grandes janelões, muita claridade, paredes pouco espessas e um tecto possuídor de uma bela abóbada artesoada decorada com elementos manuelinos, com remates de verdadeira ourivesaria).
No arco aberto pelo monarca português, podemos observar uma inovação, pois no lado esquerdo vemos um pequeno púlpito e no lado direito a sua reprodução em pintura (mas aqui encontramos também marcas da presença espanhola em Portugal, no centro deste mesmo arco, encontramos uma cruz filipina)
Na nave manuelina existe um coro guarnecido de um belo cadeiral em madeira (também não é o original devido às invasões francesas), o actual, foi uma gentil oferta do Convento de Stª Joana em Aveiro. Era deste cadeiral que os monges mais importantes e ilustres convidados assistiam às cerimónias religiosas que decorriam na Igreja.
Esta obra corresponde a um dos muitos trabalhos executados por Diogo de Arruda no Convento de Cristo.
Data também do séc. XVI, tendo sido iniciada por Diogo de Arruda (mas que se viu afastado, para obras de além-mar), tendo sido terminada por João de Castilho.
Esta sala era usada para as reuniões capitulares dos monges cavaleiros, tendo esta designação pois em cada reunião se lia um capítulo da Bíblia.
Arquitectónicamente demarca-se pela abóboda arrebaixada, decorada com os símbolos régios de D.Manuel I(esfera armilar, cruz de cristo, escudo coroado, e também a flor-de-lis). No tecto encontramos o domínio da figura triangular(formada pelas nervuras), remetendo-nos para a simbologia da rota marítima levada a cabo nos Descobrimentos (Europa, África, América).
Supõe-se que esta sala possuíria 5 janelas que representariam os 5 elementos do Universo (água, ar, terra, fogo e éter), na sala ainda podemos ver uma janela totalmente entaipada pela posterior construção do Claustro Principal, outra ainda vísivel do mesmo claustro e, o interior da Janela do Capítulo (que comprova a sua construção após a descoberta do caminho marítimo para a Índia ,1498/99, pois no seu inetrior podesmos constatar uma arte decorativa luso-indiana, de uma bela ramificação de alcachofras).
Há quem acredite que nesta mesma sala se tenham realizado dois autos-de-fé, o que justificaria a presença de uma pequena fonte, decorada por um rosto africano e um rosto de um anjo. Crê-se que numa pequena ranhura, próxima da dita fonte, os juízes colocariam os seus votos, que iriam dar a uma sala secreta.A que um homem teria acesso para contar os votos, e se a maioria ditasse a culpa do réu, este mesmo homem lavaria as suas mãos no rosto do africano (símbolo do mal, na época), se pelo contrário, inibissem o réu de quaisquer culpas, este lavaria as mãos no rosto do anjo (símbolo do bem).
Esta seria a sala do capítulo, no entanto esta sala nunca viu a sua construção acabada.
Esta sala possui dois pisos, o térreo(na passagem do claustro principal, encontramos 3rostos à entrada: S. Paulo, Frei António de Lisboa e S. Jerónimo) repleto de uma esplêndida sobriedade renascentista que se destinaria aos monges, enquanto que o primeiro piso já reflecte uma linda abóbada manuelina (por terminar) que se destinaria aos cavaleiros.
Esta sala nunca foi terminada, pois era para ter uma abóbada arrebaixada, no entanto o tecto é muito espesso e como não tem nehuma coluna de suporte no meio, o tecto ruíu consecutivamente( mesmo no séc XX, o convento acolheu um grupo seminarista que ainda tentou aproveitar esta sala para uma pequena capela, mas também não tiveram sucesso).
Este claustro pode assumir estas 3 designações, pois:
Este claustro iniciou-se pela mão de João de Castilho a mando d´el rei D. João III (no piso térreo na zona do refeitório pode-se ver algumas marcas disto mesmo, por exemplo o rosto entaipado de D. João III e de D. Catarina). Tendo sido terminado por Diogo de Torralva a mando de D. Filipe I.
Neste claustro encontramos o mais perfeito exemplar do Renascimento em Portugal, vejamos:
e tantos outros elementos.
No centro do claustro podemos ver uma fonte maneirista de Diogo de Torralva, em que a sua planta forma uma cruz da Ordem de Cristo.
Este claustro faz a ligação entre o refeitório/dormitório à igreja.
Na sua entrada podemos ver o lavábulo para a lavagem das mãos antes/após das refeições, obra de João de Castilho, séc. XVI, demarca-se pela abóbada perfeita coberta de caixotões em pedra, possui dois púlpitos laterais de onde dois monges leriam a Bíblia para os restantes monges durante as refeições, podemos ver também armários onde se guardavam os pratos já que nesta época ainda se comia à mão.
O refeitório dá acesso à adega, espaço singelo com ligação à antiga horta, crê-se que numa pequena sala anexa à adega seria onde se realizariam os rituais de iniciação. Do refeitório podemos também ver as cozinhas).
O refeitório tem também acesso ao dormitório.
O dormitório é também designado por cruzeiro,pelo facto de formar uma cruz latina.
Este dormitório tem cerca de 80 celas individuais, embora todas com comunicação interna. O tamanho das celas varia consoante a hierarquia eclesiástica.
Nos seus corredores podemos ver azulejos azuis/brancos orientalizantes.
Há que destacar a cela 59 onde encontramos o calefatóro, ou seja o "aquecimento central", pois aqui encontramos uma pequena lareira, sobre a qual vemos uma pequena janela que tem acesso a todo o corredor, foi também recentemente descoberto em cima desta mesma lareira o sistema de caldeira, onde se acumulavam as águas pluviais que seriam aquecidas pela lareira.
No dormitório, no seu centro vemos uma linda abóbada de berço decorada a madeira de carvalho, que dá claridade à pequena capela do "Ecce Homo"- eis o homem/o senhor da cana verde, esta capela reproduz o momento em que cristo afirma ser rei mas não deste reino, e assim por escárnio lhe dão uma cana verde para ceptro e uma coroa de espinhos. Esta capela era utilizada pelos monges que não se conseguiam deslocar à igreja.Toda esta capela é encimada por caixotões de pedra,no lado direiro se contarmos4 para a esquerda e 4 para cima observamos um moça sobre um jovem moço "mais vale burro que me carregue que cavalo que me derrube", da Farsa de Inês Pereira do Mestre Gil Vicente que aqui representou pela primeira vez esta farsa).
Do dormitório podemos ver o início do Aqueduto dos Pegões, obra iniciada nos finais do séc. XVI, inicios do séc. XVII. A mando d´el rei D, Filipe I, o seu arquitecto foi Felipi Terzi.
Esta obra tem cerca de 7/8 km, 180 arcos, e tinha a função de trazer água para o convento.
Aqui podemos ver também o pátio dos carrascos, onde se julga terem sido executadas as sentenças dos dois autos-de-fé (de forma a que a população pudesse entrar e tomar como exemplo), mas julga-se também que este pátio tenha este nome por aí terem existido muitos arbustos (designados)"carrascos"
Claustro também de João de Castilho. Caracterizadao por uma imensa singeleza de traços, talvez pela sua função principal ser apenas de ligação de espaços.
Este claustro terá possuído dois pisos, do superior resta apenas as colunas que um dia suportaram um tecto que taparia a janela do capítulo (que D. Fernando II retirou, de forma a demonstrar e realçar a beleza da janela).Este segundo piso dá acesso ao corredor dos noviciados (séc. XVII), que seria o dormitório para os noviços. Dentro deste corredor encontramos as Salas dos reis, também designadas por salas das cortes, crendo-se assim que uma representaria o clero (a sala que possui o vitral), outra o povo (a mais simples) e a terceira representaria o rei/nobreza (tecto em madeira, muito trabalhada, com colunas de coríntia).
No piso térreo nos capitéis das colunas encontramos apenas figuras mosntruosas (onde existe uma figura de homem/bode que se crê ser um dos cinco bafumés- demónios venerados pelos Templários- reconhecidos mundialmente)
Esta janela foi mandada construir pelo rei D. Manuel I, tendo sido edificada em 1510 por Diogo de Arruda.
é um dos expoentes máximos do manuelino português:
Nesta fachada encontramos no topo o óculo que ilumina a nave manuelina. No seu topo encontramos a cruz de cristo, o escudo coroado e em baixo, um rosto amarelado, crê-se que este rosto sim, representaria de facto Vasco da Gama.
Há também que fazer a referência de este óculo fazer a forma de redemoinho , esta seria uma táctica de cativar a atenção das pessoas para o que se passaria lá dentro (cerimónias relogiosas).
Botaréu da Direita
Botaréu da Esquerda
Existem dúvidas sobre o efectivo trabalho de João de Castilho neste claustro.
Como o próprio nome indica, este claustro dava acolhimento aos visitantes do convento. Sendo o piso térreo destinado aos animais e às gentes do povo, utilizando-se o sistema nortanho da "loja", em que o bafo dos animais aqueceria o piso superior, onde se acolheriam os convidados mais nobres (como bispos, etc).
No piso superior encontramos o antigo cartório (séc. XVI)
Claustro de João de Castillho, onde já existem reflexos do maneirismo (arcos abatidos sobre grossos botaréus).
Este claustro tem esta designação pois micha em português significa um pequeno pedaço de pão/migalha e provém do vocábulo francês "miche" que era um pão redondo da altura. Isto porque era neste claustro onde os monges davam a sua esmola de pão e caldo aos pobres(encontramos assim à direita da saída para o exterior, a sala do forno comunitário e respectiva sala de preparação do pão; e à esquerda desta mesma saída encontranos a procuradoria), mas também era aqui onde cobravam os impostos aos agricultores dos seus terrenos, daí este claustro ser o único a ter uma saída directa para o exterior.
Obra também de João de Castilho, de um renascimento nada exuberante, destacando-se apenas por ser o único a possuir um jardim interior.
Este claustro dá acesso à biblioteca conventual, ao novo refeitório (actual cafetaria) e à capela dos corvos, que primeiramente foi um celeiro (daí os seus grandes janelões), foi convertida a capela apenas no séc XX pelos seminaristas.
Julga-se que este claustro tem este nome, pelo facto de os monges usarem vestes escuras e andarem em meditação neste claustro com os capuchos colocados, lembrando corvos.
Este claustro encontra-se afastado de todo o convento pela sua função de fossa conventual.Tem por isso uma arquitectura muito singela, mas de traços renascentistas
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